A Federação Nacional dos Estivadores (FNE) inicia uma série de reportagens. Vamos rodar o Brasil e conhecer as peculiaridades das bases de estiva. Todos os Sindicatos, filiados, foram contatados e a primeira matéria sai hoje, (10 de setembro de 2019). O Sindicato dos Estivadores de Natal (N), fundado em 01 de janeiro de 1936, é o nosso primeiro passo.

O projeto do porto de Natal foi aprovado pelo Decreto nº 15.277 (01/1922) e, em outubro de 1932, as operações tiveram início. Em 1983, a Administração do Porto passou a integrar a Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte (Codern).

Com excelente recepção do presidente Lenilton Fonseca Caldas, colhemos dados de relevância. A Estiva potiguar conta com 70 estivadores ativos, seis retornantes e 28 trabalhadores inativos (aposentados).

Tendo como carro-chefe da movimentação as frutas em contêineres (melão, manga, uva, melancia, limão e inhame), os estivadores de Natal, também, trabalham com trigo, sal, minério de ferro e peças da indústria eólica.

À margem direita do rio Potengi, os estivadores do Porto de Natal trabalham com mercadorias cujas influências atingem todo o estado do Rio Grande do Norte, especialmente os municípios de Mossoró, Pau dos Ferros, Areia Branca, Macau e Ceará-Mirim, além dos estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará.

Lenilton fala que a preocupação com a saúde e segurança dos estivadores coloca como prioridade a “aquisição de benefício de saúde para os associados”. Por lá, as doenças ocupacionais mais recorrentes são as lesões por esforço repetitivo, a chamada LER.

“O risco de perda da qualidade de vida, risco patrimonial, risco de perda dos postos de trabalhos”, são pontos negativos destacados pelo sindicalista, frente às investidas do Governo Federal. Para Lenilton, “uma ameaça direta aos trabalhadores avulsos, na área portuária”.

O presidente do Sindicato dos Estivadores de Natal, Lenilton Fonseca Caldas, crê na união para fortalecimento dos trabalhadores portuários e, por isso fala que “estamos torcendo pela unificação das três federações, para que juntos possamos vencer as batalhas que, ainda, virão.

Portos de Natal (RN)

O Rio Grande do Norte conta com três portos marítimos, sendo um deles para cargas gerais e dois deles dedicados a produtos específicos. São eles:

Porto de Natal: utilizado para cargas gerais, mas principalmente para a exportação de frutas e rochas (quartzitos) e cabotagem de cargas em contêiner. Com o fim das reformas, ampliará sua capacidade de movimentação de cargas para 1 milhão de toneladas/ano e contará com terminal de passageiros capaz de receber navios com até 3 mil pessoas.

• Porto-ilha de Areia Branca: porto offshoreespecializado no escoamento do sal marítimo produzido no noroeste do Estado, correspondente a 95% da produção nacional. Tem capacidade para movimentar 3,4 milhões de toneladas de sal por ano.
• Porto de Guamaré: utilizado exclusivamente para embarque e desembarque de pequenas e médias cargas usadas pela Petrobrás na operação da refinaria Clara Camarão.

Os portos de Natal e Areia Branca são administrados pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN), enquanto o Porto de Guamaré é administrado pela Petrobrás.

A produção pesada do Rio Grande do Norte, como os minérios, poderá ser escoada de modo estratégico através do norte do Estado, através de um novo porto para granéis.

O porto de Natal pode se especializar em frutas e passageiros, cujo transporte representará uma entrada de recursos cada vez maior no Estado.